Devo Operar? Cirurgia de Ortopedia Meu nome é Marcelo Damado, sou médico, e nesse post vou explicar de forma clara e objetiva o que considerar para definir quando operar ou não operar na cirurgia de ortopedia.
Além disso, nesse post, eu vou dar dicas práticas para te esclarecer o que o especialista em ortopedia leva em consideração para recomendar ou não a cirurgia em ortopedia e tirar suas dúvidas sobre se devo operar ou não.
EM RESUMO: nesse post você saberá quais são as ocasiões em que a cirurgia costuma ser a melhor opção para o paciente e o que o médico pondera para recomendar ou não cirurgia.
Toda vez que um paciente quebra um osso temos a opção de tratar com um procedimento cirúrgico ou com imobilização. Isto é, colocando gesso ou tala.
Nos últimos anos, os estudos mostraram, que de uma forma geral, fraturas nas articulações, ou seja, onde movimentamos, como por exemplo, quadril, joelho, cotovelo e tornozelo, tendem a ser tratadas com cirurgia.
Isso acontece porque são regiões que precisam ser reconstruídas para permitir a cicatrização adequada e a mobilidade precoce após a cirurgia. Podendo ser iniciada a fisioterapia rapidamente no pós operatório. Essas fraturas quando imobilizadas causam inúmeras complicações como rigidez e desgaste precoce e atualmente o tratamento com gesso é contra-indicado.
Já as fraturas que acontecem no meio do osso, são diferentes, podem ser tratadas com ou sem cirurgia e depende de cada caso.
Por exemplo, em fraturas do úmero e da perna (nos ossos chamados tíbia e fíbula), o médico costuma considerar primeiramente o tratamento com imobilização, ou seja, gesso ou tala. Nos casos em que as fraturas são simples e sem desvio.
Nos casos em que há desvio dessas fraturas, as fraturas do fêmur e as fraturas do antebraço costumam ser tratadas com cirurgia utilizando hastes intramedulares ou placas e parafusos.
Essas considerações costumam ser o ponto de partida para tomada de decisão em recomendar ou não a cirurgia.
Você deve saber que existem vantagens e desvantagens em optar por cirurgia ou não. Eu fiz um post específico que fala das vantagens e desvantagens. Clique aqui para acessar.
Mas e aí, devo operar? O que ponderar para cirurgia de ortopedia?
Agora, eu vou dizer 6 fatores que nós médicos costumamos levar em consideração para recomendar a cirurgia ou não.
Primeiro fator – Idade do Paciente para cirurgia
No geral, pacientes mais jovens se beneficiam mais, porque com a cirurgia podem retornar mais rápido às suas atividades.
Além disso, os idosos têm risco cirúrgico de complicações maior por conta de doenças e do envelhecimento.
Entretanto, quando a fratura nos idosos acontece em regiões como a do quadril, por exemplo, (regiões que impedem que o paciente se movimente, até mesmo para fazer sua própria higiene), os médicos costumam recomendar a cirurgia. Até mesmo para as pessoas com mais idade, pois sem a cirurgia o paciente precisaria ficar muito mais tempo de repouso, deitado em uma cama, e a falta de movimento pode trazer outras, e talvez até maiores complicações que a própria cirurgia.
Segundo fator: Local e o Tipo de Fratura (cirurgia ortopédica)
Aqui vamos separar as fraturas em 2 categorias:
As fraturas articulares – que são fraturas que acontecem dentro das articulações como joelho, quadril, ombro e tornozelo, geralmente precisam de cirurgia para reconstruir o osso o que chama-se de uma restauração da anatomia perfeita para que se possa permitir a movimentação precoce e a cicatrização mais rápida da fratura. Para isso normalmente o tratamento cirúrgico deve ser indicado.
Já as fraturas no meio do osso, que chamamos de diafisária, necessitam apenas do alinhamento que pode ser alcançado tanto com gesso como cirurgias. Isso é basicamente um resumo do que eu expliquei no começo do artigo.
Atualmente, as cirurgias com hastes intramedulares que ficam dentro do osso e placas em ponte são boas indicações para fraturas diafisárias pois permitem que o paciente movimente a perna ou o braço após a cirurgia e comece a fisioterapia já no dia seguinte.
Se for uma fratura muito complexa, o uso de fixadores externos, que são aqueles ferros que ficam para fora da pele também podem ser usados. Esses ferros guiam a direção em que o osso deve cicatrizar, proporcionando estabilidade para cicatrização.
Terceiro fator: existência de doenças. Devo operar?
Por exemplo, pacientes diabéticos podem ter um risco aumentado de infecção e atraso na cicatrização do osso.
Pacientes com doença do coração tem um risco maior de morte durante a anestesia e a cirurgia. Pacientes que fumam também tem um risco maior de infecção e atraso na cicatrização. Ao mesmo tempo que pacientes obesos também podem ter um maior número de complicações.
Quarto fator: Envelope de Partes moles
O envelope de partes moles – que é o conjunto de pele, músculos, ligamentos, vasos e nervos ao redor do osso – que também é lesionado quando o osso quebra tem um papel muito importante na cicatrização do osso.
Com a cirugia esse envelope é lesionado ainda mais e pode comprometer o resultado final. Por isso, às vezes devemos aguardar melhora dessas partes moles e a diminuição do inchaço para poder realizar a cirurgia. Isso diminui o risco de complicações como infecção no pós operatório, por exemplo.
O quinto fator- Atividade do Paciente
As indicações são diferentes quando se trata de um atleta de alto rendimento, uma pessoa normal, um trabalhador ativo, ou uma pessoa sedentária. Por exemplo, quando há uma torção no tornozelo em atletas consideramos a opção de cirurgia. Já para pessoas comuns, não atletas, geralmente não optamos por esse tratamento. Costumamos considerar primeiramente o tratamento com imobilização seguido de fisioterapia.
O sexto fator: Expectativas do Paciente para cirurgia
O que o paciente espera com a cirurgia e o que de fato ela pode proporcionar influenciam na tomada de decisão. Isso deve ser conversado francamente entre o médico e o paciente.
Pelo artigo de hoje é isso. Nesse post eu expliquei os aspectos que o médico pondera a respeito de uma dúvida muito frequente: Devo operar ou não – Cirurgia Ortopedia.
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Dr. Marcelo Damado – CRM SP 186691